Há dias em que acordo, olho á minha volta e só vejo tralha... Coisas velhas amontoadas, enfiadas em gavetas, caixas, memórias, que outrora tiveram muito significado ou utilidade para mim, mas que hoje em dia são apenas pedaços da minha vida, que por vezes não me deixam avançar para uma nova etapa, pois vou guardando, guardando, pensando que um dia, metendo as mãos nas algibeiras, encontrarei o que me faltava e que tanto ansiei, para que voltasse aquele momento...
Mas esse dia pode jamais voltar, e eu limito-me a ficar sentada á espera do tal momento da redescoberta de um pedaço de vida amontoado entre tantos outros, que não deixei partir, por teimosia, por orgulho, por... Por estupidez muitas vezes... Por achar que é aquilo que me trará a tal felicidade tão desejada... Mas quando paro para pensar de uma forma lúcida, sem deixar que nada me distraia, me atrapalhe, percebo por fim que, afinal, esse tal pedaço de vida guardado, não me trará felicidade, está sim a afastá-la de mim, não me deixando ir ao encontro dela.
Portanto, no momento em que este pensamento lúcido se apodera de mim, é hora de pegar em tudo o que me impede de dar passos mais largos de encontro á vida, e guardar tudo numa caixa, onde em tempo algum poderei voltar a tocar...
E como eu, muita gente encontra o mesmo dilema diariamente, e por isso vos pergunto:
De quanta/ que tralha têm de se livrar para poder seguir com as vossas vidas?!
Pensem nisso...
Beijinhos*
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1 comentário:
Dá-me a tua mão… deixa-te ficar ao meu lado, sei que não percebes porque choro como eu não percebo porque aqui estás! Às vezes apetecia-me largar tudo, esquecer, renascer, sinto que o meu lugar já não é aqui… sinto que já nem eu própia me sinto! Tentamos sempre ser fortes, mas no fundo, todos sabemos que somos muito frágeis e que não podemos fugir a essa fragilidade. Vieste-me buscar? Diz-me que sim, deixa-me acreditar que sim… vamos os dois para bem longe, sonhar nunca fez mal a ninguém, acreditar é uma maneira de nos fazer levantar todos os dias da cama com um sorriso diferente! Mas tu não me levaste, apenas tocas-te na minha mão e disseste: “ não desistas, a vida é muito misteriosa, cabe a cada um de nós encarar esse mistério como um desafio, cabe-te a ti seres feliz, sem pensar se mereces ou não ser, quando estiveres à beira de um abismo, não dês um passo em frente, recua , pois isso é a forma mais simples de seres corajosa”, fitei o seu olhar e sem nada dizer, levantei-me e parti, mas para dentro de casa apenas..!
Vera
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